Carla C. M. Siqueira; Alexandre C. Guimarães; Thays F. D. Mata; Rodrigo Pratte-Santos; Norma Lucia S. Raymundo; Carolina F. Dias; Rodrigo Moraes
J. Bras. Patol. Med. Lab. 2018;54(2):76-82
DOI:10.5935/1676-2444.20180014
RESUMO
INTRODUÇÃO: As infecções relacionadas com a assistência à saúde (IRAS) ocorrem durante a internação como resultado de morbidade subjacente, procedimentos invasivos, patologia aguda ou tratamento médico. Elas levam à prolongada permanência e, consequentemente, à carga econômica. A principal ferramenta para conter essas infecções são os antimicrobianos. No entanto, o aumento da resistência e a baixa taxa de descoberta de novos medicamentos justificam a pesquisa que avalia o perfil de resistência de microrganismos aos antimicrobianos.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência e o perfil de suscetibilidade antimicrobiana das IRAS ocorridas em um hospital filantrópico de referência do Espírito Santo, Brasil.
MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo e transversal, entre julho de 2014 e junho de 2016. Os dados sobre cultura de sangue, urina e secreções corporais foram coletados da base de dados do Centro de Controle de Infecção Hospitalar.
RESULTADOS: Houve alta prevalência de IRAS em pacientes com mais de 60 anos. Duzentos e quarenta e três (47.55%) pacientes eram do sexo feminino. As quatro bactérias mais prevalentes foram: Acinetobacter spp., Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. A polimixina foi a droga que apresentou os melhores efeitos antimicrobianos.
CONCLUSÃO: A polimixina foi ativa in vitro contra todos os isolados de Acinetobacter spp. Quanto à K. pneumoniae, tanto a polimixina quanto a amicacina apresentaram eficácia significativa. Em relação à Pseudomonas aeruginosa, a polimixina foi efetiva em todas as amostras. Já em relação ao S. aureus, teicoplanina, daptomicina e vancomicina foram efetivas em todas as amostras. A polimixina demonstrou um bom desempenho geral in vitro.
Palavras-chave: resistência microbiana a medicamentos; infecção hospitalar; bactérias; antibacterianos; testes de sensibilidade microbiana.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Healthcare associated infections (HAIs) occur during the hospital stay as a result of underlying morbidity, invasive procedures, acute pathology or medical treatment. They lead prolonged stay and, consequently, to an increase in financial charges. The main tool to control these infections is the use of antimicrobials. However, the increase in resistance and the low frequency of discovery of new drugs justify the research that evaluates the resistance profile of microorganisms to antimicrobials.
OBJECTIVE: To evaluate the prevalence and antimicrobial susceptibility profile of HAIs at a philanthropic reference hospital in Espírito Santo, Brazil.
METHODS: Observational, retrospective and cross-sectional study, between July 2014 and June 2016. Data on blood, urine and corporal secretions culture were collected from the data base of the Hospital Infection Control Commission.
RESULTS: There was a high prevalence of HAIs in patients older than 60 years. Two hundred and forty three (47.55%) patients were female. The four most prevalent bacteria were: Acinetobacter spp., Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa and Staphylococcus aureus. Polymyxin was the drug which presented the best antimicrobial effects.
CONCLUSION: Polymyxin was active in vitro against all isolates of Acinetobacter spp. Regarding K. pneumoniae, both polymyxin and amikacin showed a significant effectiveness. Regarding Pseudomonas aeruginosa, polymyxin was effective in all samples. Regarding S. aureus, teicoplanin, daptomycin and vancomycin were effective in all samples. Polymyxin showed a good overall in vitro activity.
Keywords: antimicrobial resistance; hospital-acquired infection; bacteria; antibacterials; microbial susceptibility testing.