Rogéria M. Leon; Alana D. Ranzi; Graziele S. Fardin; Elizete Keitel; Rosicler Luzia Brackmann; João Carlos Prolla; Claudia G. Bica
J. Bras. Patol. Med. Lab. 2016;52(1):25-30
DOI: 10.5935/1676-2444.20160009
ABSTRACT
INTRODUCTION: Human papillomavirus (HPV) is the main cause of cervical cancer, and immunosuppression is recognized as a risk factor for HPV infection and its persistence. After renal transplantation, immunosuppressive agents are used to prevent rejection, but predispose recipients to chronic infections and malignancies.
OBJECTIVE: This study aimed to verify, based on urinary cytology (UC), the prevalence of HPV in immunosuppressed kidney transplant patients.
MATERIAL AND METHOD: In this cross-sectional study, the population was composed of kidney transplant patients that had undergone routine UC from August 2012 to August 2014.
RESULTS: There were 2,305 urine cytopathological tests. Thirteen patients with presence of koilocytes in such examination were observed. Therefore, the relative frequency of patients with HPV detected in urine was 0.56%. In the interval until the first post-transplant year, 10 (76.92%) patients presented koilocytes (p < 0.0001) in the UC. The dosages of immunosuppressive agents until the first post-transplant consultation, which showed correlation with the period between transplantation and the first UC test with the presence of koilocytes (p < 0.0001), were prednisone 10.5-20 mg/day, mycophenolate sodium 901-1,440 mg/day, and tacrolimus 4.5-12 mg/day.
CONCLUSION: This study showed immunosuppression as an important risk factor for infection by HPV or its reactivation. Screening UC tests after transplantation may evidence HPV infection.
Keywords: immunosuppression; risk factors; kidney transplantation; papillomavirus infections.
RESUMO
INTRODUÇÃO: O papilomavírus humano (HPV) é a principal causa de câncer de colo do útero, e a imunossupressão é reconhecida como fator de risco para infecção pelo HPV e sua persistência. Após o transplante renal, agentes imunossupressores são usados para evitar rejeição, mas predispõem o receptor a infecções crônicas e doenças malignas.
OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo verificar, a partir do exame citológico urinário, a prevalência do HPV em pacientes transplantados renais imunossuprimidos.
MATERIAL E MÉTODO: Neste estudo transversal, a população foi composta por pacientes transplantados renais que fizeram o exame de rotina citológico urinário no período de agosto de 2012 a agosto de 2014.
RESULTADOS: Realizaram-se 2.305 exames citopatológicos de urina. Foram observados 13 pacientes com presença de coilócitos no referido exame. A frequência relativa de pacientes com HPV detectado na urina foi de 0,56%. No intervalo até o primeiro ano pós-transplante, 10 (76,92%) pacientes apresentaram coilócitos (p < 0,0001) no exame citológico urinário (ECU). As dosagens de imunossupressores até a primeira consulta pós-transplante, que demonstraram correlação com o período entre o transplante e o primeiro ECU com presença de coilócito (p < 0,0001), foram prednisona 10,5-20 mg/dia, micofenolato de sódio 901-1.440 mg/dia e tacrolimo 4,5-12 mg/dia.
CONCLUSÃO: Este estudo mostrou a imunossupressão como um fator de risco importante para infecção pelo HPV ou sua reativação. O acompanhamento por meio do ECU pós-transplante pode evidenciar a infecção por HPV.
Palavras-chave: imunossupressão; transplante de rim; fatores de risco; infecções por papilomavírus.