Eduardo O. Chielle; Fagner Gens; Eliandra M. Rossi
J. Bras. Patol. Med. Lab. 2018;54(4):213-219
DOI:10.5935/1676-2444.20180037
RESUMO
INTRODUÇÃO: A obesidade caracteriza-se pela deposição excessiva de gordura no tecido adiposo e está associada ao desenvolvimento de danos patológicos em vários processos metabólicos que estão relacionados com o estresse oxidativo e a inflamação.
OBJETIVO: Avaliar os níveis de adiponectina, marcadores inflamatórios e marcadores oxidativos, com o objetivo de determinar um perfil de biomarcadores em adultos que influencie o risco metabólico de desenvolver síndrome metabólica (SMet).
MÉTODOS: Os grupos estudados incluíram 84 adultos (48 sem SMet e 36 com SMet). Parâmetros gerais e bioquímicos foram determinados. Níveis de adiponectina, marcadores inflamatórios [proteína C reativa ultrassensível (PCR-us), interleucina 6 (IL-6), adenosina deaminase (ADA), dipeptidil peptidase-IV (DPP-IV)] e marcadores oxidativos [thiobarbituric acid reactive species (TBARS), sulfhydryl (SH) grupos, total antioxidante capacity ferric (FRAP) e vitamina C] também foram medidos.
RESULTADOS: O grupo com SMet apresentou aumento significativo de insulina, triglicerídeos, colesterol, colesterol da llipoproteína de baixa densidade (LDL-C), transaminase glutâmica pirúvica (TGP) e ácido úrico, bem como gamaglutamiltransferase (GGT), transaminase glutâmica oxalacética (TGO), hemoglobina glicada (HbA1C), homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA-IR), glicose, SH e TBARS, e redução significativa de sensibilidade insulínica (SI), lipoproteína de alta densidade (HDL-C) e vitamina C.
CONCLUSÃO: A combinação de IL-6, PCR-us, ADA, DPP-IV e o aumento de TBARS, com a redução de vitamina C, grupos SH e adiponectina promovem inflamação e comprometem a sensibilidade à insulina, apresentando assim um papel ativo na patogênese da SMet. Esses achados são significativos porque podem auxiliar no monitoramento de alterações clínicas, na prevenção de futuros eventos cardiometabólicos em indivíduos com SMet e na identificação de marcadores inflamatórios e oxidativos que auxiliam no monitoramento e na prevenção da SMet.
Palavras-chave: resistência à insulina; obesidade; diabetes mellitus.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Obesity is characterized by excessive deposition of fat in adipose tissue and is associated with the development of pathological damage in several metabolic processes that are associated with oxidative stress and inflammation.
OBJECTIVE: To evaluate the levels of adiponectin, inflammatory markers and oxidative markers, with the objective of determining a biomarkers profile in adults that influences the metabolic risk of developing the metabolic syndrome (MetS).
METHODS: The groups studied included 84 adults (48 Without MetS and 36 With MetS). General and biochemical parameters were determined. Adiponectin levels, inflammatory markers [C-reactive protein (CRP)], interleukin 6 (IL-6), adenosine deaminase (ADA), dipeptidyl peptidase-IV (DPP-IV) and oxidative markers [thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), sulfhydryl groups (SH), total ferric antioxidant power (FRAP) and vitamin C] were also measured.
RESULTS: The MetS group presented a significant increase in insulin, triglycerides, cholesterol, low-density lipoprotein cholesterol (LDL-C), glutamic-pyruvic transaminase (GPT) and uric acid, as well as gamma-glutamyl transferase (GGT), glutamic-oxaloacetic transaminase (GOT), and vitamin C.
CONCLUSION: The combination of IL-6, ultra-sensitive C-reactive protein (us-CRP), ADA, DPP-IV and the increase of TBARS, with the reduction of vitamin C, SH groups and adiponectin, promote inflammation and compromise insulin sensitivity, thus presenting an active role in the pathogenesis of MetS. These findings are significant because they may assist in monitoring clinical changes, in the prevention of future cardiometabolic events in individuals with MetS, and in the identification of inflammatory and oxidative markers that assist in the monitoring and prevention of MetS.
Keywords: insulin resistance; obesity; diabetes mellitus.