Rafaela O. França; Priscila S. Costa; Guilherme Luiz Milanez; Maria Rosa Q. Bomfim; Ricardo Gonçalves; Luiz M. Farias; Vandack Nobre; Simone G. Santos
J. Bras. Patol. Med. Lab. 2018;54(5):288-295
DOI:10.5935/1676-2444.20180049
RESUMO
INTRODUÇÃO: O sucesso das infecções por Acinetobacter baumannii pode ser atribuído a seus vários fatores de virulência e a mecanismos de resistência a antimicrobianos.
OBJETIVO: Avaliar a presença e a correlação entre diferentes fatores de resistência e virulência em amostras clínicas de A. baumannii.
MÉTODOS: Estudo conduzido em um hospital universitário em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. A confirmação do complexo Acinetobacter baumannii-calcoaceticus foi realizada pela detecção do gene blaOXA-51, por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), assim como a pesquisa dos genes: blaOXA-23, 24, 58, 143, blaVIM-1, csuE, ompA e ISAba1. Os antimicrobianos e a expressão das metalobetalactamases (MβL) foram avaliados pelo E-test®; e a diversidade genética, por enterobacterial repetitive intergenic consensus (ERIC)-PCR. A formação de biofilme foi classificada em quatro categorias de acordo com a média da densidade ótica obtida.
RESULTADOS: Do total de amostras, 98,4% (61/62) foram resistentes ao meropenem; 71%, a ceftazidime; e 61,3%, a ampicilina-sulbactam; enquanto 98,4% foram sensíveis a polimixina B; e 48,4%, a tigeciclina. A produção de MβL foi detectada em 95,2% das amostras. O gene blaOXA-51 foi detectado em todas as amostras testadas; blaVIM-1, em 83,9%; e ISAba1, em 90,3%. Por outro lado, os genes csuE e ompA estiveram presentes em 43,5% e 53,2% das amostras, respectivamente.
CONCLUSÃO: Houve uma possível correlação entre as amostras resistentes a gentamicina e aquelas positivas para o gene ompA. O gene csuE correlacionou-se positivamente com ISAba1.
Palavras-chave: Acinetobacter baumannii; fatores de virulência; epidemiologia molecular; infecção hospitalar.
ABSTRACT
INTRODUCTION: The success of Acinetobacter baumannii infections can be attributed to its various virulence factors and antimicrobial resistance mechanisms.
OBJECTIVE: To evaluate the presence and correlation between different resistance and virulence factors in clinical A. baumannii strains.
METHODS: Study conducted at a University Hospital in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. The confirmation of Acinetobacter baumannii-calcoaceticus complex was performed by detecting the blaOXA-51 gene through the polymerase chain reaction (PCR), as well as the search for genes: blaOXA-23, 24, 58, 143, blaVIM-1, csuE, ompA and ISAba1. Antimicrobials and metallo-betalactamase (MβL) expression were evaluated by E-test®; and genetic diversity, by enterobacterial repetitive intergenic consensus (ERIC)-PCR. Biofilm formation was classified into four categories according to the mean optical density obtained.
RESULTS: 98.4% (61/62) of the strains were resistant to meropenem; 71%, to ceftazidime; and 61.3%, to ampicillin-sulbactam; while 98.4% were sensitive to polymyxin B; and 48.4%, to tigecycline. The production of MβL was detected in 95.2% of the strains. The blaOXA-51 gene was detected in all strains tested; blaVIM-1, in 83.9%; and ISAba1, in 90.3%. On the other hand, the csuE and ompA genes were present in 43.5% and 53.2% of the strains, respectively.
CONCLUSION: There was a possible correlation between gentamicin resistant samples and those that were positive for the ompA gene. The csuE gene correlated positively with ISAba1.
Keywords: Acinetobacter baumannii; virulence factors; molecular epidemiology; cross infection.